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A Arte do Conflito



A Arte do Conflito

Museu do Tribunal da Relação do Porto



Clemência e Justiça_FilipeRodrigues 200x120cm 2024

Peregrinantes in Spem

 2024, 19 de Julho a 20 de Setembro

Peregrinantes in Spem

Mosteiro de São Salvador de Grijó

Vila Nova de Gaia e Diocese do Porto





Filipe Rodrigues + Júlio Cunha (Equipa a2)  

Título: Maria como a estrela da esperança

Técnica: Mista sobre tecido

Dimensões: 213 X 163 cm

Ano: 2024




“A finalizar o texto, Bento XVI apresenta Maria como a estrela da esperança. Percorrendo o que nos Evangelhos nos manifesta a relação de Maria com o seu Filho Jesus Cristo, culminando com as palavras de Cristo no Gólgota: «tende confiança, eu venci o mundo» e no alto da cruz Jesus entrega Maria aos Apóstolos que a receberam consigo para que, após a ressurreição e o Pentecostes, Ela permanecesse no meio dos discípulos como sua Mãe, como Mãe da Esperança (n.º 50)”.

 

Pe João Lavrador, CARTA ENCÍCLICA SPE SALVI

DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI. ESTUDOS N.S. 8-9 (2007) 41-46




AP´ARTE Galeria de Arte

 Exposição Coletiva

 AP´ARTE Galeria de Arte, Porto









Exposition au Jardin



Exposition au Jardin

 Ateliers Rigal

Fontenay-aux-Roses, Île-de France, Paris.




10 Shoes Box Exhibition. Ohtawara

 



 10 Shoes Box Exhibition 

Ohtawara City Institute for Art. Japão














Journée de L'Estampe Contemporaine 2024



Journée de l'Estampe Contemporaine 2024

Place Saint-sulpice. 

Artista representado por AAE&j.J.J.Rigal, Paris. 

                                          J.J.J. RIGAL produziu a maioria das gravuras de Dali, 





Gravura Contemporânea


Gravura Contemporânea 

Galeria – Escola Secundária de Amarante. Amarante

2024, 15 a 24 de Maio 




>  ATRÁS DA TELA (EU NÃO SOU NADA)

     uma jornada transversal entre cinema e pintura

     Inspirado no filme Não Sou Nada – The Nothingness Club, de Edgar Pêra

> Curadoria Filipe Rodrigues 










 


Coletiva. Galeria João Lagoa, Porto

 

       2024, 16 de Março a 4 Maio




Filipe Rodrigues, aguarela 2024

Coletiva de Natal, Galeria Porto Orienta Porto


2023, de 2 a 30 de Dezembro

 Exposição Coletiva de Natal

 Galeria Porto Oriental, Porto













 

Mental Y Art

Rodrigues, F. (2023, de 2 a 31 de Dezembro)

 Saúde Mental Y Arte

AUDIR, Auditório Municipal do Peso da Régua. Peso da Régua


Filipe Rodrigues, cinco horas e trinta minutos acrílico sobre tela 

 

Pratos para que vos quero

 

4.º Edição do Projeto "Pratos de Cerâmica Originais"

Árvore - Cooperativa de Actividades Artísticas, CRL 


 "Do Barro Deus fez a Humanidade"... Hoje, uma versão de Eva e Adão na Oficina de Cerâmica, Cooperativa Árvore, com Isabel Mourão Alves, Pedro Gil e Humberto Nelson #ceramics #art #FilipeRodrigues #portugueseartist 24 de Abril








































Autor do Projeto Artístico 
Linha de Água Bienal de arte contemporânea de Trás-os-Montes 2022


 A Bienal de arte contemporânea de Trás-os-Montes é um projeto que reúne em conjunto a iniciativa de artistas, curadores e especialistas de arte que se dedicam à prática e investigação artística e a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros.

O objetivo é estabelecer um espaço de criação e reflexão artística contemporânea contextualizado na singularidade do território, no património da fauna e flora da paisagem protegida. O território foi galardoado com 3 (três) selos da UNESCO: Geopark; Reserva da Biosfera da Meseta Ibérica e Festividades de inverno Património Cultural Imaterial da Humanidade.

 O programa pretende ser um investimento no território artístico de Macedo de Cavaleiros e na densa região de Trás-os-Montes com a missão de estimular, apoiar e divulgar a criação de teorias e práticas contemporâneas do ativismo artístico. Assim como, promover, organizar e divulgar projetos artísticos, culturais e pedagógicos centrados na reflexão e proteção do meio ambiente.

     Linha de Água é o tema proposto para desenvolver um pensamento artístico relacionado com o futuro ambiental do nosso território e planeta terra.    

 Ambiciona, por isso, estabelecer uma perspetiva de futuro na Internacionalização em práticas colaborativas de investigação artística, em articulação sistemática com curadores e artistas/investigadores com atividade em centros de investigação artísticos, Institutos de Ensino Superior e Universidades.

 

Objetivos

 a)      Propor um papel dinamizador na oferta cultural, constituir um elemento ativo na divulgação da criação e produção artística contemporânea dentro e fora da região de Trás-os-Montes;

b)      Desenvolver em Macedo de Cavaleiros, uma circulação atrativa de obras de artistas portugueses e estrangeiros assegurando de forma gratuita o acesso público às atividades artísticas;

c)       Promover o pensamento crítico sobre o saber e o fazer artístico, através de redes e parcerias com múltiplos intervenientes, artistas, curadores, instituições de ensino superior e centros de investigação artísticas. 


Filipe Rodrigues 

26 Janeiro de 2022 

(data do envio da minha proposta para a responsável pela programação do Município de Macedo de Cavaleiros) 








Filipe Rodrigues

Desenho # 2 da série Amor de perdição 

Tinta japonesa, 50x70cm

Drawing # 2 from the Love of Perdition series

Japanese ink, 50x70cm

























Desenho # 1 da série Amor de perdição 

Tinta japonesa, 50x70cm

Drawing # 1 from the Love of Perdition series

Japanese ink, 50x70cm



 

Encerramento da XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira
Visita guiada 
17 de dezembro de 2022
Fórum Cultural de Cerveira

#bienaldecerveira #arte #cultura #vilanovadecerveira #artbiennial #artista #art #contemporary #culture #2022 #artwork


































Coletiva, Espaço 109 Porto Multicultural de Artes e Línguas

 8 a 31 de Dezembro

R. de Vale Formoso 109, 4200-511 Porto














Filipe Rodrigues, Meta verso, acrílico sobre tela, 30x24cm 2022




Imprevisível

19 Novembro a 31 Dezembro 2022

Curador: Humberto Nelson

Título: Imprevisível

Artista: Filipe Rodrigues

       Texto: Domingos Loureiro (Professor de Pintura FBAUP / Investigador i2ADS)

 

https://www.academia.edu/122361688/Rodrigues_F_2022_19_Novembro_a_31_Dezembro_2022_Imprevis%C3%ADvel_Porta_XIII_Vila_Nova_de_Cerveira

 

A narrativa da subjetividade

 

 

A primeira vez que vi uma imagem impressa da obra Ceci n’est pas une pipe de Magritte, fiquei algo incomodado com a forma como aquela simples imagem me provocava. Primeiro questionei o modo como foi realizada; a forma como o texto estava colocado sobre a imagem; a afirmação de uma negação; e por fim, porque era aquela uma das principais obras-primas do Surrealismo? A curiosidade nunca foi saciada e, embora as respostas sejam hoje outras, é certo que também aumentaram as questões.

Quando olhamos, vemos apenas aquilo que sabemos existir, aquilo que conhecemos. Não vemos o que não conhecemos, ou, como escrevera Saramago, ‘só se vê a ilha, quando se sai da ilha’. Precisamos de conhecer e de sair de nós próprios para entrarmos no espaço entre as coisas. A obra de Magritte sempre me intrigou pois nunca a consegui enquadrar com qualquer determinismo que fosse capaz de a fechar e resolver a intriga em que me lançou. Nem mesmo quando me encontrei perante o original em que se percebem as finas pinceladas deixadas pelo artista na execução da imagem das letras (sim, porque além de texto, é imagem). Nem tampouco o conhecimento da anti-narrativa surrealista me explicou o que ali decorria. Distanciar-me, conhecer mais, ver de fora, não serviram para resolver, antes adensar o esforço desafiante que aquele pedaço de tela pintada em poucos dias, me provocou.

Compreendo a potência da impossibilidade de fechar uma obra, de a tornar tão esquiva que nenhum conformismo a poderia encerrar. O espaço em aberto, mesmo a mais pequena brecha, é uma porta que nos consome para a dúvida, para a subjetividade. O resultado incerto onde a imaginação nos leva, perante enigmas sem resposta, é absolutamente fascinante, convocando e reinventando novas abordagens, novas considerações, novas provocações. Sei que, se não soubesse falar francês, talvez já tivesse resolvido o enigma lançado pelo artista belga, e até achasse que aquela imagem impressa, não fosse mais do que uma imagem de um produto a ser publicitado que, certamente não iria comprar porque tampouco sou fumador… Infelizmente percebo francês, e mesmo não sendo fumador, aquela imagem é capaz de me consumir. Percebo hoje, talvez mais do que no passado, o papel concreto da subjetividade na arte. Ela é intrinsecamente mais potente do que qualquer mensagem ou conteúdo, pois consome lentamente, durante mais tempo do que o tempo que dedicamos às coisas concretas. A subjetividade é uma das mais ferozes armas que os artistas utilizam para tornar a arte tão aliciante, fabulosa, mas também corrosiva. É pelo subjetivo que somos impelidos a entrar no jogo sem resposta da Arte, porque ela parece ter as respostas para aquilo que desconhecemos, mesmo sem nos prometer qualquer resposta. Por causa de Magritte, pela sua capacidade de produzir enigmas em aparências simples, chegamos a outro artista belga, Luc Tuymans, que tão caro é para Filipe Rodrigues. Tuymans convoca-nos para imagens pintadas de forma pouco meticulosa e com cenas quase despropositadas, como uma sala vazia ou uma silhueta. Tuymans ludibria-nos com a ligeireza com que as coisas parecem ter sido realizadas, num esforço quase anti-emocional onde pintura, autor e imagem se dissolvem. Em 2002, pouco depois do ataque às Torres Gémeas do 11 de setembro, Tuymans realiza uma enorme pintura de 300x500cm com uma natureza-morta em tons de cinza, para uma exposição direcionada às dimensões políticas que tanto estavam presentes no quotidiano. A reação do público foi de estranheza, quando todos esperavam que as torres em chamas fosse a imagem selecionada, em vez de uma qualquer Still Life (natureza-morta, em inglês) banal. Como em Magritte, a obra não se fechou, pois, neste caso, todos conhecíamos as imagens dos ataques em Nova Iorque, e ninguém conseguiu deixar de as ver projetadas nesta obra-prima da pintura. Tuymans, como Magritte, tinha preparado a armadilha e o público acionou-a. Percebo, por isso, como a subjetividade é uma ferramenta de destruição do concreto, mas simultaneamente de edificação, como matéria que se esvai por entre os dedos, mas que também se pode fixar entre as ideias e no território incompreensível vivenciado pela nossa imaginação.

Sei hoje muito mais sobre esta ferramenta poderosa, em que a subjetividade se torna narrativa, porque tive o prazer de acompanhar o desenvolvimento de algumas destas obras ao longo dos últimos anos, em diálogo com o Filipe Rodrigues, sabendo como evoluem estas definições, e vendo-as ocorrer nas suas pinturas. Sei hoje que a Arte é matéria profunda para a ação da subjetividade, onde as imagens, os gestos, as cores, as matérias, se revestem da pólvora utilizada em cada combate, quer do pintor perante as suas dúvidas e certezas, quer do espectador perante as produções que dali emergiram.

Filipe Rodrigues é a forma desta consciência do poder da subjetividade, onde cada pintura afirma o seu empenho para cumprir com o ofício de entrar na luta com o desconhecido, em territórios de múltiplas narrativas e simultâneas ações.

A subjetividade pode não nos dar respostas apaziguadoras, mas talvez, não sejam respostas aquilo que os artistas, e em particular Filipe Rodrigues, procuram. Magritte, Tuymans, Rodrigues, pretendem, talvez, participar de um jogo em que o concreto se esvai a cada novo elemento, na busca de um equilíbrio absolutamente fascinante, em que edificação e destruição estão separados pelo fio da navalha onde os artistas se sustentam. Na condição de espectador, somos desafiados a entrar no seu jogo, sendo certo, que vai ser muito difícil encontrar o chão que por vezes achamos ter por baixo dos nossos pés.

Obrigado Filipe Rodrigues por provocares a minha imaginação e me transportares no território doloroso e fabuloso da subjetividade, que agora, mais do que nunca, tenho interesse em buscar. Agradeço-te Filipe por me teres desafiado para este território tão transcendental e que tanto nos revela sobre nós próprios.

 

Domingos Loureiro

Professor de Pintura FBAUP

Investigador i2ADS